O peso da sociedade

            Quando somos crianças, dizem-nos: "Come muito, para ficares forte e poderes vencer na vida". E alguns de nós comem. Muito. Demais. E, um dia, acabam por sair das "saias da mãe" para ir para a escola, e aí tudo é diferente. Passamos da convivência com uma pessoa que nos ama incondicionalmente, que não nos encontra defeitos, para um mundo cheio de preconceitos acerca da imagem e do comportamento que a sociedade deseja que tenhamos. E, então, muitos de nós passam de um mundo feliz para outro em que domina a angústia e o medo do que os outros pensarão de nós. Depois são as roupas da nossa idade que não nos servem, os nossos colegas magros que gozam connosco porque somos gordos, as aulas de educação física em que, muitos de nós, não conseguem atingir o mesmo que os outros "magros" conseguem fazer. E essa será a parte mais difícil, em que desistimos de tentar correr mais porque o professor não compreende que estamos muito cansados e que não conseguimos mais. Ou que temos medo de fazer uma cambalhota porque não o conseguimos como os nossos colegas.
             Muitas pessoas são insensíveis e não medem as palavras mal ditas que, tantas vezes, ficam a ecoar dentro da nossa cabeça, como um fantasma que teima em não partir. Somos pressionados até nas lojas de roupa, onde as peças mais bonitas têm todos tamanhos pequenos. Alguns de nós refugiam-se na comida, outros optam pelo caminho inverso: deixam de comer, com uma vontade inabalável e a pensar em ficar mais magros. A auto-estima, sempre em baixo, nunca acha suficiente o peso que se vai perdendo e aí então chegamos a um problema grave que é a anorexia.
             E é com isto que a sociedade se devia preocupar: com as ideias, muitas vezes erradas, que nos transmite e que, muitas vezes, arrasta gente boa para caminhos muito maus.

Se...

                Se o mundo pára, se os dias deixam de ser dias, se as horas custam a passar, se cada vez que inspiras sentes que vais ter um ataque cardíaco, se as tonturas ameaçam tirar-te deste mundo e levar-te para um outro lugar desconhecido, longe da vista e da imaginação dos nativos deste admirável mundo estranho. Se dás por ti caído num estado difícil de definir mas muito fácil de sentir, a pensar em algo que te dá nós no cérebro, a acordar sobressaltado durante a noite ou a não dormir sequer. Se te sentes capaz de saltar de um penhasco sem sofreres qualquer tipo de mazelas, se saltas de felicidade sem que nada o faça anunciar…
                Então ou és maluco ou estás apaixonado.

Eu estou aqui

A música é a forma mais pura de expressão. Toca-nos no coração sem ser necessário pensar muito sobre isso. A melodia tem o poder de fazer correr lágrimas mesmo quando não estás triste. E esta é tão bonita que deixa aquela lágrima pequenina no canto do olho.