quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Porque gosto eu de ler livros?


                Por prazer. Pela necessidade de uma fuga ao real que, no final de contas, mais não é quem uma tentativa frustrada de me desligar de mim própria, deixar-me ir na corrente de algo que me levará a um outro mundo. Sem desilusões, frustrações e sentimentos que não têm a correspondência esperada do outro lado.
                Ler livros faz-me pensar. Pensar mas sem cansar, sem fazer doer a cabeça. Pensar em coisas boas, coisas que fazem crescer dentro de mim a alegria. É aquele tipo de pensar por gosto, que não traz a frustração quando as conclusões se escapam entre os dedos. É um pensar que, muitas vezes, acaba na fantasia, mas nem por isso deixa de o ser (pensar).
                E toda esta minha fantasia, faz-me desligar da realidade? Sim, faz, mas isso não é necessariamente mau. É através desta minha fuga à realidade que esqueço o quão perturbada fui e a angústia que por vezes toma conta de mim e me faz afundar. Não me sinto mal por viver num mundo construído, pois sei que não viverei nele para sempre: apenas o tempo suficiente para que o mundo real deixe de ser tão agreste e passe antes a ser um local agradável.
                Se não fosse a preciosa ajuda dos livros, talvez não estivesse assim, hoje. Se agora estou bem, devo-o aos ensinamentos que os livros me transmitiram.

domingo, 21 de agosto de 2011

Esperar e esperar e esperar

            Chegou, então, a altura mais difícil daquele que é o processo de candidatura ao ensino superior. Durante um mês teremos que esperar e esperar e esperar. Vamos pensar muitas vezes no futuro, e nessas alturas vamos sentir uma ligeira pontada no coração, uma certa ansiedade quando tivermos que fazer a nós próprios a tal pergunta: E agora, como vai ser?
           Muitos receiam o que o futuro lhes trará, temem as praxes e a distância daqueles que lhes são mais queridos. Outros encaram isto como uma nova aventura e levam consigo na bagagem a vontade de fazer novas amizades e explorar um novo mundo. Para outros esta é a oportunidade de saírem do território parental que, como todos sabemos, tem limites bem definidos e difíceis de transpor.
           Agora, vou falar mais a título pessoal: eu optei por um curso que tenho plena consciência ser um daqueles em que é difícil arranjar trabalho (sublinhei trabalho, que é  bem diferente de emprego), mas sei que se optasse por um curso com muitas saídas profissionais mas que não gostasse, ou desistiria a meio do curso ou então viveria o resto da minha miserável existência infeliz com a minha ocupação profissional. Por esta razão, prefiro ser feliz e desempregada, do que infeliz e empregada. Se não conseguir trabalho naquela área não faz mal. Não me envergonho se tiver que servir cafés ou limpar ruas. São trabalhos tão dignos como qualquer outro. Vergonha é roubar, não trabalhar onde mais ninguém quer de forma digna e paga (pena é que muita gente ainda não entendeu isso).



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Lua em Touro

Quem tem a Lua natal no signo de TOURO é estável e determinado.
 Calmo, pensa e pondera antes de tomar qualquer atitude, e raramente volta atrás depois da decisão tomada.
Tende a ser conservador e apreciar o conforto doméstico, bem como a boa comida e os prazeres da vida.
É dedicado, fiel, adora contato físico e gosta de ser estimulado por parceiros leais e empreendedores.
 Possessivo, precisa sentir-se seguro tanto na área afetiva quanto na material. (Fonte: Não sei, não me lembro. Mas não é meu)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Gostos são gostos

            Eu sou uma pessoa com problemas. Nem muitos nem poucos: apenas alguns que me dão que fazer e ocupam todo o tempo em que poderia estar a tratar de arranjar ainda mais problemas. Um deles é por muitos considerado um defeito: gosto de homens mais velhos. Sou incapaz de me apaixonar por alguém da mesma idade que eu ou mais novo porque nunca consigo encontrar pontos comuns. Normalmente, rapazes da minha idade não compreendem os meus vícios, gostos e hábitos: acham-nos de tal forma estranhos que acabam por se afastar. Eu não faço as mesmas coisas que o pessoal da minha idade costuma fazer: beber até cair, fumar, frequentar discotecas até altas horas da madrugada, experimentar cenas maradas que te fazem ter alucinações. Eu simplesmente encontro a beleza da vida num bom livro, num bom chocolate, numa bela tarde de pôr-do-sol ou num dia frio de chuva. Eu encontro a beleza da vida nas palavras e na fotografia. Acredito que o amor não está no final das sms com a palavra “amo-te” escrita trezentas vezes no final, mas acho antes que o amor está no dia-a-dia e em telefonar quando menos se espera. Os homens mais velhos conseguem compreender os meus sonhos, os meus desejos e as minhas aspirações, sem fazerem críticas sem fundamento. Têm a experiência de vida suficiente para dizer “Não vás por esse caminho”, mas também para nos deixar percorrer caminhos errados afim de encontrarmos uma lição de vida no fim. Homens mais velhos reparam mais nos pequenos gestos e dão valor ao sorriso.
            Não estou a dizer que os homens mais novos não têm qualidades. Só que são… Diferentes.

domingo, 7 de agosto de 2011

Eu gostava de...


            Eu gostava de fazer reflexões filosóficas. Do tipo de pensar muito numa coisa e chegar a uma conclusão que pudesse ser dita com palavras caras que, aos olhos dos outros, me faria parecer assim… Importante. Gostaria de poder fazer reflexões profundas acerca de ética e moral em contexto escolar, mas creio que a maioria dos alunos discordaria de mim, que é o habitual. Gostaria de poder fazer perguntas que fizessem as pessoas pensar.
             Quer dizer, eu gostaria de fazer muita coisa…
Mas fica para depois.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Auto-apreciação

            Por vezes, sinto necessidade de olhar para mim. Um olhar diferente daquele com que me observo todos os dias ao espelho. Um olhar que não seja meu, mas antes de uma das inúmeras personagens que eu sou. Um olhar crítico, diferente. Um olhar que veja de uma maneira especial, que me leve a um transe, em que apenas se olha e não se pensa. Que, depois de acordar, me deixe a mim a olhar e a observar que não sou aquilo que penso ser. E questiono-me: “e porque razão eu penso alguma coisa de mim?”. Parece-me ser esse o trabalho dos outros, que me vêm no dia-a-dia e que fazem juízos acerca do meu modo de agir e de pensar. Que sejam correctos ou incorrectos: nada disso me importa. O que realmente interessa é aquilo que sou no meu habitat natural, longe da pressão da sociedade que não nos deixa ser autênticos mas antes nos transforma numa marioneta nas mãos de muita gente. Uma bola nas mãos das crianças que brincam na rua. No fundo, sou alguém insignificante: mais um ser que veio ao mundo da mesma maneira que muitos outros vieram. Porque razão hei-de eu querer ser alguma coisa, ou querer fazer alguma coisa? Os outros que o façam por mim.