segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Auto-apreciação

            Por vezes, sinto necessidade de olhar para mim. Um olhar diferente daquele com que me observo todos os dias ao espelho. Um olhar que não seja meu, mas antes de uma das inúmeras personagens que eu sou. Um olhar crítico, diferente. Um olhar que veja de uma maneira especial, que me leve a um transe, em que apenas se olha e não se pensa. Que, depois de acordar, me deixe a mim a olhar e a observar que não sou aquilo que penso ser. E questiono-me: “e porque razão eu penso alguma coisa de mim?”. Parece-me ser esse o trabalho dos outros, que me vêm no dia-a-dia e que fazem juízos acerca do meu modo de agir e de pensar. Que sejam correctos ou incorrectos: nada disso me importa. O que realmente interessa é aquilo que sou no meu habitat natural, longe da pressão da sociedade que não nos deixa ser autênticos mas antes nos transforma numa marioneta nas mãos de muita gente. Uma bola nas mãos das crianças que brincam na rua. No fundo, sou alguém insignificante: mais um ser que veio ao mundo da mesma maneira que muitos outros vieram. Porque razão hei-de eu querer ser alguma coisa, ou querer fazer alguma coisa? Os outros que o façam por mim.

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